[dançar por dançar]
Na música 'cantar' raul narra momentos marcantes de sua trajetória artística, valorizando nela, o canto, a música e a metamorfose.
Se ele cantou só por cantar, se ele tocou só por tocar, nós vamos dançar só por dançar.
Ouça Aqui o Programa:
"Dança com a sensualidade de uma Sílfide
ResponderExcluire seduz a vida em teu próprio nome...
Seja devoto apenas ao ritmo,
ainda que em silêncio,
para que não percas um dia sequer,
estático, devaneando sobre o impossível."
silfide: mulher franzina e delicada; imagem vaporosa.
ResponderExcluirCertas palavras nos dão a impressão de que voam, ao saírem da boca. "sílfide", por exemplo. É dizer "sílfide" e ficar vendo suas evoluções no ar, como as de uma borboleta. Não tem nada a ver com o que a palavra significa. "sílfide", eu sei, é o feminino de "silfo", o espírito do ar, e quer mesmo dizer uma coisa diáfana, leve, borboleteante. Mas experimente dizer "silfo". Não voou, certo? Ao contrário da sua mulher, "silfo" não voa. Tem o alcance máximo de uma cuspida. "Silfo", zupt, plof. A própria palavra "borboleta" não voa, ou voa mal. Bate as asas, tenta se manter aérea mas choca-se contra a parede. Sempre achei que a palavra mais bonita da língua portuguesa é "sobrancelha". Esta não voa mas paira no ar, como a neblina das manhãs até ser desmanchada pelo sol. Já a terrível palavra "seborréia" escorre pelos cantos da boca e pinga no tapete.
ResponderExcluirainda que, devanear sobre o impossível, seja um prazer todo particular!
ResponderExcluirquer coisa mais impossível que o 'espírito do ar'?
deixe-me perder um dia ao menos.
tenho tantos outros para praticar o possível.
"faz o que tu queres pois é tudo da lei!"
ResponderExcluirAnônimo, perca quantos dias quiseres, o ritmo te é inerente! Impossível é o que ainda não se imaginou...
mas, o que ainda não se imaginou já se nomeou!?
ResponderExcluirE o que mais se chama de impossível? E o que melhor faz o homem do que nomear as coisas? Depois de tornares o feito possível, certamente lhe darás um nome diferente!
ResponderExcluirMas fica a incógnita:
"Se a rosa tivesse outro nome, ainda assim teria o mesmo perfume." [será?] (William Shakespeare)
nem mesmo a rosa tem igual perfume,
ResponderExcluirquem sabe por isto, é melhor senti-la [a rosa] que chamá-la.