terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

A LEI DE THELEMANA ESTAÇÃO RAULQUINTA-FEIRA ÀS 22:55RÁDIO UEL-FMA originalidade de um texto nem sempre está na sua criação. Em muitos casos, a originalidade está na recriação de textos antigos. Afinal, Jorge Luis Borges sempre defendeu a tese de que os textos são sempre reprodução de outros autores. Aristóteles, muito antes, já afirmava que todas as histórias já haviam sido contadas, o que muda é a forma de contá-las.No caso de Raul Seixas, em especial na música A Lei, o que existe é uma citação quase literal de um trecho da obra de Alexter Crowley que ele, Raul, considerava o autor original da lei de Thelema. Só que Crowley não criou a lei de Thelema, ele a transcriou a partir da obra Gargantua, de F. Rabelais. Um plagiou o outro? Não. O que cada um deles fez foi atualizar o texto à luz das condições históricas dadas. Assim, Thelema de Crowley, apesar de ser igual à de Rabelais, tem um sentido diferente deste. A Thelema de Raul Seixas, apesar de ser igual à de Crowley, tem um sentido diferente deste. Se alguma conclusão a gente pode tirar destes casos, é a de que ao lermos um texto antigo, nós apenas atualizamos o passado, nada mais. O que o texto estava dizendo para aquela época? Nunca saberemos. Sabemos apenas o que ele pode nos dizer para a nossa época.


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