[as flores do mal baudelairianas]
"Porias o universo inteiro em teu bordel,
Mulher impura! O tédio é que te torna cruel.
Para teus dentes neste jogo exercitar,
A cada dia um coração tens que sangrar.
Teus olhos, cuja luz recorda a dos lampejos
E dos rútilos teixos que ardem nos festejos,
Exibem arrogantes uma vã nobreza,
Sem conhecer jamais a lei de sua beleza!
Ó monstro cego e surdo, em cruezas fecundo!
Salutar instrumento, vampiro do mundo,
Como não te envergonhas ou não vês sequer
Murchar no espelho teu fascínio de mulher?
A grandeza do mal de que crês saber tanto
Não te obriga jamais a vacilar de espanto
Quando a mãe natureza, em desígnios velados,
Recorre a ti, mulher, ó deusa dos pecados
- A ti, vil animal -, para um gênio forjar?
Ó lodosa grandeza! Ó desonra exemplar!"
"Porias o universo inteiro em teu bordel,
Mulher impura! O tédio é que te torna cruel.
Para teus dentes neste jogo exercitar,
A cada dia um coração tens que sangrar.
Teus olhos, cuja luz recorda a dos lampejos
E dos rútilos teixos que ardem nos festejos,
Exibem arrogantes uma vã nobreza,
Sem conhecer jamais a lei de sua beleza!
Ó monstro cego e surdo, em cruezas fecundo!
Salutar instrumento, vampiro do mundo,
Como não te envergonhas ou não vês sequer
Murchar no espelho teu fascínio de mulher?
A grandeza do mal de que crês saber tanto
Não te obriga jamais a vacilar de espanto
Quando a mãe natureza, em desígnios velados,
Recorre a ti, mulher, ó deusa dos pecados
- A ti, vil animal -, para um gênio forjar?
Ó lodosa grandeza! Ó desonra exemplar!"
"Mulher, tal qual Lua cheia
Me ama e me odeia
Meu ninho de amor
Luar é meu nome aos avessos
não tem fim nem começo
Ó megera do amor!
Você é a vil caipora
Depois que me devora
Ó giboia do amor!
Negar que me cospe aos bagaços
Que me enlaça em seus braços
tal qual uma lula do mar ...Ó Lua Cheia, veve piscando
Depois que me devora
Ó giboia do amor!
Negar que me cospe aos bagaços
Que me enlaça em seus braços
tal qual uma lula do mar ...Ó Lua Cheia, veve piscando
os seus óios para mim
Ó Lua Cheia, cê me ajudeia
desde o dia qu'eu nasci
O Sol me abandona no escuro
do teu reino noturno
ó feiticeira do amor
Ouvir o teu canto de sereia
é cair na tua teia
ó fada bruxa do amor
Uhm, negar que me cospe aos bagaços
Que me enlaça em seus braços
Tal qual uma lula do mar
Ó Lua Cheia, veve piscando
os seus óios para mim
Ó Lua Cheia, cê me ajudeia
desde o dia qu'eu nasci"
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