sexta-feira, 3 de junho de 2011

A lua cheia na Estação Raul

[as flores do mal baudelairianas]
"Porias o universo inteiro em teu bordel,
Mulher impura! O tédio é que te torna cruel.
Para teus dentes neste jogo exercitar,
A cada dia um coração tens que sangrar.
Teus olhos, cuja luz recorda a dos lampejos
E dos rútilos teixos que ardem nos festejos,
Exibem arrogantes uma vã nobreza,
Sem conhecer jamais a lei de sua beleza!
Ó monstro cego e surdo, em cruezas fecundo!
Salutar instrumento, vampiro do mundo,
Como não te envergonhas ou não vês sequer
Murchar no espelho teu fascínio de mulher?
A grandeza do mal de que crês saber tanto
Não te obriga jamais a vacilar de espanto
Quando a mãe natureza, em desígnios velados,
Recorre a ti, mulher, ó deusa dos pecados
- A ti, vil animal -, para um gênio forjar?

Ó lodosa grandeza! Ó desonra exemplar!"











[as flores do mal raulzeanas]
"Mulher, tal qual Lua cheia
Me ama e me odeia
Meu ninho de amor
Luar é meu nome aos avessos
não tem fim nem começo
Ó megera do amor!
Você é a vil caipora
Depois que me devora
Ó giboia do amor!
Negar que me cospe aos bagaços
Q
ue me enlaça em seus braços
tal qual uma lula do mar ...Ó Lua Cheia, veve piscando
os seus óios para mim
Ó Lua Cheia, cê me ajudeia
desde o dia qu'eu nasci
O Sol me abandona no escuro
do teu reino noturno
ó feiticeira do amor
Ouvir o teu canto de sereia
é cair na tua teia
ó fada bruxa do amor
Uhm, negar que me cospe aos bagaços
Que me enlaça em seus braços
Tal qual uma lula do mar
Ó Lua Cheia, veve piscando
os seus óios para mim
Ó Lua Cheia, cê me ajudeia
desde o dia qu'eu nasci"

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